Em 1995, se não me falha a memória, na RTP2, a minisérie Orgulho e Preconceito fazia as delícias dos meus solitários serões televisivos.
Lembro-me de, não raras vezes, dar por mim a suspirar por Mr. Darcy e a desejar, um dia, ter ao meu lado alguém como ele, mesmo que para alcançar tal feito tivesse de enfrentar as mesmas dificuldades, amarguras e mal-entendidos que passou Elizabeth Bennet.
Homem abastado, dono de Pemberley, uma enorme propriedade situada em Derbyshire - Inglaterra, Mr. Darcy era visto, pela sociedade envolvente, como uma pessoa altiva e prepotente, indiferente a todas as pessoas que ele achava não serem dignas da sua amizade e confiança. Um verdadeiro petulante.
No entanto, a verdade é que por debaixo da capa de superioridade e arrogância de Mr. Darcy estava um homem generoso, com um caracter exímio em qualidades. Encapsulado no seu mundo, na sua forma tão peculiar de ser e de estar, Mr. Darcy vivia alheado relativamente ao que os demais pensavam sobre si, só se dando conta do impacto negativo que tinha nas pessoas quando foi rejeitado por Elizabeth Bennet que, muito embora numa situação económica aflitiva, rejeitou casar com ele por o considerar um homem mau e indigno.
Foi nessa rejeição que ele reconsiderou tudo, tentando demonstrar, a todo o custo, o seu verdadeiro eu.
Por amor, Mr. Darcy doma o seu orgulho, modifica o seu comportamento.
Em 1995, eu desejava ardentemente encontrar um Mr. Darcy para dar cor e aconchego à minha vida. Colin Firth acalentava-me a imaginação e dava alento aos meus sonhos. Talvez fosse possivel.
Nunca o esqueci.
Decidi que o iria procurar.
E por mais dificil que essa tarefa fosse eu sabia que iria ter um Mr. Darcy.
Hoje o Mr. Darcy é meu e voltaria a passar por todas as provações por que passei para que assim fosse.
Ontem foi dia das estatuetas douradas.
Atribuição de prémios sem surpresas mas com, inequívoca, confirmação do talento de um grande actor, a saber: Colin Firth.